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Obra que registra narrativas orais indígenas de Mato Grosso será lançada em março
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Obra que registra narrativas orais indígenas de Mato Grosso será lançada em março
16/03/2021 16:36:01
por Hemilia Maia
Foto por: Arquivo Pessoal

Leandro Faustino Polastrini, professor do curso de Letras da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Alto Araguaia, e o professor Marcelo Manhuari Munduruku, lançarão neste mês o livro “Antologia de Narrativas dos Povos Indígenas de Mato Grosso” que será distribuído para as escolas da rede pública de Educação Básica de Mato Grosso, para ser disponibilizado em suas bibliotecas.

Os professores organizadores destacam que as narrativas contidas na obra participam do universo cosmológico, tradicional e mítico de 18 etnias do Estado de Mato Grosso. São elas: Apiaká; Bakairi; Bororo; Chiquitano; Cinta-Larga; Irantxe; Kalapalo; Kayabi; Kuikuru; Mehinako; Munduruku; Paresi; Rikbaktsa; Tapirapé; Terena; Umutina; Waura; Xavante.

A publicação do livro é resultado do projeto cultural contemplado pela Lei Aldir Blanc, por meio do Edital MT Nascentes, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SecelMT) no segmento Literatura.

“O projeto tem o objetivo de realizar a edição, publicação e circulação do livro, que teve sua origem em dezembro de 2019, a partir de narrativas orais que foram contadas e transcritas na língua portuguesa por acadêmicos e acadêmicas do curso de Licenciatura Indígena Intercultural da Turma 2016, da Faculdade Intercultural Indígena da Unemat, em Barra do Bugres”, explicou Polastrini.  

Segundo os organizadores é visível no cenário literário mato-grossense uma grande carência de obras de autorias indígenas. “Tendo em vista que nacionalmente, nas duas últimas décadas tem emergido e ganhado maior evidência grupos de pensadores, intelectuais e escritores indígenas como: Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Ailton Krenak, Olívio Jekupé Kaká Werá Jecupe, Davi Kopenawa Yanomami, dentre muitos outros”, enfatizou Polastrini.

Ambos destacam que a referência a uma literatura local, regional ou indígena não é porque ela se exclui, ou se isola do que se considera ser literatura brasileira ou universal, mas, sim, porque muitas vezes ela é excluída ou marginalizada destas ou por estas duas categorias. “A exclusão pode ocorrer por motivos ora estabelecidos pelo cânone literário ocidental-eurocêntrico sobre o que é literatura, ora por fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e também geográficos que imperam no campo editorial hegemônico”, destacou o professor.

Além das escolas da rede pública de Educação Básica, as comunidades indígenas e suas respectivas escolas, principalmente as dos 18 povos que compõem a Antologia, também receberão a obra que pode ter sua distribuição ampliada para outros grupos étnicos.

É importante destacar que a publicação dessa obra e sua distribuição está em consonância com a Lei nº 11.645/2008, que prevê o ensino da história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. 

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